quarta-feira, 11 de março de 2009

ÚLTIMO DIA DO QUIKSILVER PRO GOLDCOAST 2009



VITÓRIA DE JOEL PARKINSON

Adriano de Souza faz sua primeira final no ASP Tour
Um mar épico em Kirra Point fechou com chave-de-ouro a etapa de abertura do ASP World Tour 2009 na Austrália. Tubos de 6-8 pés decidiram o Quiksilver Pro e os melhores foram surfados por Joel Parkinson, 27 anos, com duas notas 10 na quarta-feira. Uma foi na primeira final de Adriano de Souza, 22, com o brasileiro largando em segundo lugar na corrida do título mundial da temporada. O número 1 é Joel Parkinson, com Mick Fanning, 27, e Taj Burrow, 30, dividindo a terceira posição, então tem que comemorar!

“Estas são, de longe, as melhores ondas que surfei na Austrália e estou contente com tudo”, vibrou Adriano de Souza. “O segundo lugar é um resultado surpreendente para mim e vou tentar repetir esse desempenho no próximo evento. Quero me manter focado e determinado o ano todo e esta final foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, mas quero mais”.

O segundo desafio é na Páscoa, dias 07 a 18 de abril no tradicional Rip Curl Pro em Bells Beach, na gelada região de Victoria, sul da Austrália. O clima ficou parecido no último dia do Quiksilver Pro, depois de vários dias de calor, porém de ondas de 1 metro nas praias da Gold Coast. Começou em Duranbah Beach, passou pelo palco principal em Snapper Rocks, Coolangatta Beach, terminando em Kirra Point, todos picos de direitas como em Bells.

A quarta-feira foi de muita chuva e vento maral forte, mas de altas ondas para definir o primeiro título do ano. Condições do mar difíceis, séries passando de 2 metros entrando sem parar, correnteza, então o tempo das baterias passou para 40 minutos e os atletas tiveram a ajuda do jetski para voltar ao outside após cada onda. Kirra não estava clássico, mas com tubos desafiadores. A primeira bateria do dia foi espetacular, entre Joel e o amigo de infância, Mick Fanning, que já venceu na Gold Coast em 2005 e 2007 e foi vice-campeão em 2008.

Parko logo mostrou que o caminho era os tubos e neles largou na frente com duas notas na casa dos 7 pontos. Fanning não pegou nada e na metade da bateria resolveu mudar de prancha. Na primeira onda, um tubaço saindo na baforada com os punhos cerrados rendeu nota 9,43. Cinco minutos depois, outro tubo profundo, faz mais duas manobras e assume a ponta com 8,23. Aí começou a reação fulminante de Parkinson em três tubos seguidos, um melhor do que o outro. Nota 8,07 no primeiro, 9,93 no segundo e o último foi 10 unânime nos cinco juízes.

Adriano de Souza seguiu o ritmo e já abriu a segunda semifinal dentro do tubo, saiu rasgando a junção do outro lado, mudou a direção e fechou com mais uma manobra prá esquerda, de frente para o quebra-mar de Kirra Point. Nota 7,17 para começar, enquanto Taj Burrow falhava nas primeiras tentativas. Aos 10 minutos, Adriano pega outro tubo, em pé, repete o cutback, uma batida na junção e o 6,5 recebido abre exatamente 10 pontos de vantagem. Burrow boiava no mar balançado, sem encontrar bom posicionamento para pegar as ondas.

Faltando 15 minutos ainda, o brasileiro vem em outro tubo, era curto, mas a direita abre uma parede mais longa que foi detonada por uma variedade incrível de manobras que arrancaram nota 7,67. O australiano não reagiu e Adriano comemorou sua primeira final na carreira, quebrando um tabú de nunca ter eliminado Taj Burrow no ASP Tour. Já tinha perdido duas, ambas em 2006, quando estreou na elite. A primeira foi na mesma Gold Coast, igualmente nas semifinais para completar a vingança, com a outra nas oitavas-de-final na Espanha.

O placar contra Parkinson estava empatado em 2 x 2. Em 2006, Adriano despachou o australiano nas oitavas-de-final na África do Sul e perdeu na terceira fase na única etapa realizada no México. Os dois só voltaram a se encontrar no ano passado, sempre nas quartas-de-final. O brasileiro ganhou primeiro, nas Ilhas Fiji, com Joel Parkinson dando o troco na Espanha. O tira-teima foi nos tubos de Kirra e o australiano confirmou a vantagem de forma espetacular, com outra nota 10 na última onda como na semifinal contra Mick Fanning.

“Foi incrível quando eu ouvi a nota, porque todo mundo na praia vibrou. De fora não parece, mas olhando lá de dentro d´água você vê uma multidão desde Coolangatta até aqui em Kirra Point. Eu podia ouvir a torcida, é emocionante”, conta Joel Parkinson. “Acho que vai precisar de algumas horas para baixar a adrenalina, só quando estiver em casa, com a família, os amigos, aí vou saber o que sentir. Mas, não quero me colocar a frente de ninguém. Ainda é muito cedo, todos estão surfando bem, têm muitas etapas e só sei que vai ser um grande ano”.

Ele já vencia o Quiksilver Pro Gold Coast desde o primeiro tubão que surfou e valeu 8,83, mesmo quebrando sua prancha nessa onda. A nota somou no resultado final de 18,83 x 11,30 pontos. Sua última vitória tinha sido em 2006 na França e agora lidera o primeiro ranking da temporada com 1.200 pontos, faturando 40.000 dólares de prêmio. Adriano de Souza ganhou 1.032 pontos e 24.000 dólares pelo vice-campeonato. Já o paranaense Jihad Khodr começa o ano em nono lugar e o cearense Heitor Alves em 17.o, junto com o eneacampeão Kelly Slater.

Dos oito primeiros colocados no ranking do ano passado, só ele não ficou entre os oito melhores na Gold Coast. O número 1 agora é Parkinson, Adriano de Souza subiu de sétimo para segundo, Taj Burrow e Mick Fanning dividem o terceiro lugar e em quinto estão o vice-campeão mundial Bede Durbidge, barrado por Adriano, o também australiano Adrian Buchan e os gêmeos C. J. e Damien Hobgood, único que não era do grupo dos top-8 de 2008.

GRANDE FINAL DO QUIKSILVER PRO – 18,83 x 11,30 pontos:
Campeão: Joel Parkinson (AUS) com notas 10,00 e 8,83 – US$ 40.000 e 1.200 pontos
Vice-campeão: Adriano de Souza (BRA) com 7,00 e 4,30 – US$ 24.000 e 1.032 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar – US$ 14.000 e 876 pontos:
1.a: Joel Parkinson (AUS) 19.93 x 4.37 Mick Fanning (AUS)
2.a: Adriano de Souza (BRA) 14.84 x 5.34 Taj Burrow (AUS)

QUARTAS-DE-FINAL – 5.o lugar – US$ 9.000 e 732 pontos:
1.a: Joel Parkinson (AUS) 15.00 x 4.37 C. J. Hobgood (EUA)
2.a: Mick Fanning (AUS) 18.53 x 13.00 Damien Hobgood (EUA)
3.a: Adriano de Souza (BRA) 17.86 x 6.77 Bede Durbidge (AUS)
4.a: Taj Burrow (AUS) 14.40 x 14.00 Adrian Buchan (AUS)

OITAVAS-DE-FINAL – 9.o lugar – US$ 6.300 e 600 pontos:
1.a: C. J. Hobgood (EUA) 17.24 x 16.43 Jihad Khodr (BRA)
2.a: Joel Parkinson (AUS) 13.90 x 10.90 Chris Davidson (AUS)
3.a: Mick Fanning (AUS) 17.90 x 12.40 Jeremy Flores (FRA)
4.a: Damien Hobgood (EUA) 16.30 x 15.50 Julian Wilson (AUS)
5.a: Bede Durbidge (AUS) 17.16 x 13.93 Jordy Smith (AFR)
6.a: Adriano de Souza (BRA) 17.10 x 11.00 Fredrick Patacchia (HAV)
7.a: Taj Burrow (AUS) 17.00 x 16.23 Dane Reynolds (EUA)
8.a: Adrian Buchan (AUS) 14.33 x 11.33 Tom Whitaker (AUS)

João Carvalho - Assessoria de Imprensa da ASP South America

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